Sem máscaras.


Eu queria não me importar, queria mesmo fazer jus a minha aparência de durona, dar vida ao meu falso egoísmo. Mas a verdade é que não sou assim, não consigo chatear alguém sem me sentir eternamente culpada por isso. Sabe aquela frase que diz “O que importa é minha felicidade e que se fodam os outros.”? Bem, eu não consigo colocá-la em prática. Na teoria até que tudo funciona muito bem, planejo exatamente o que fazer e como fazer, mas quando coloco minha cabeça no travesseiro é que o peso da culpa vem à tona e aí é impossível controlar os pensamentos e o arrependimento que se forma logo depois. Sim, eu até chego a me arrepender, mas pensar que “foi melhor assim” faz tudo ficar melhor. Não resolve de fato, só distância – nem que seja um pouco – a culpa. E talvez todas essas palavras sejam só uma tentativa de dizer que não sou assim tão fria quanto aparento ser, eu me importo sim, mas isso não muda nada e não vai mudar.

Aquilo que realmente vale a pena



Olha, eu sinceramente estou cansada dessas amizades por conveniência. Cansei dessas pessoas que só me procuram quando precisam de mim, quando posso ajudá-las em algo. Juro, eu não me importaria se isso fosse recíproco, se eu pudesse contar com as mesmas quando precisasse. Mas não, normalmente na hora em que mais preciso é quando elas se afastam. Ter amizades regadas à bebida e festa é muito fácil, o que é mesmo difícil é encontrar esses mesmos amigos nas horas difíceis, onde as lágrimas são abundantes. Aí eu me pergunto, qual o valor de uma amizade dessas? Se é que isso pode ser chamado de amizade. Porque para mim, ser amigo é estar presente em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins. Ser amigo é não negar um conselho, o ombro para que o outro chore ou mesmo se lamente. Ser amigo é confiar, partilhar, guardar segredos, rir, compreender e não abandonar.



Esperar. Essa sempre foi a minha maior fraqueza. Esperar por algo que não vai acontecer, esperar pra que tudo mude sem que eu precise fazer esforço pra isso, esperar para que alguém venha me salvar desse inferno pessoal que eu chamo de vida, esperar, esperar e esperar... É só isso que eu tenho feito.  E sim, eu sei que sou covarde por isso. Sei também que ninguém poderá fazer qualquer coisa por mim a não ser eu mesma.  É fácil saber as teorias, o que se deve e o que não se deve fazer, mas e na hora de colocar em prática? Ou você é forte e expõe tudo sem medo ou se esconde e espera como eu sempre faço.